quinta-feira, 7 de março de 2019

I Want To Know What Love Is





I gotta take a little time

A little time to think things over

I better read between the lines

In case I need it when I'm older

Aaaah woah-ah-aah



Now this mountain I must climb

Feels like the world upon my shoulders

Through the clouds I see love shine

It keeps me warm as life grows colder



In my life

There's been heartache and pain

I don't know

If I can face it again

Can't stop now

I've travelled so far

To change this lonely life



I wanna know what love is

I want you to show me

I wanna feel what love is

I know you can show me

Aaaah woah-oh-ooh



I'm gonna take a little time

A little time to look around me

I've got nowhere left to hide

It looks like love

Has finally found me



In my life

There's been heartache and pain

I don't know

If I can face it again

Can't stop now

I've travelled so far

To change this lonely life



I wanna to know what love is

I want you to show me

I wanna feel what love is

I know you can show me

I wanna know what love is

I want you to show me

(And I wanna feel)

I wanna feel what love is

(And I know)

I know you can show me



Let's talk about love

(I wanna know what love is) the love that you feel inside

(I want you to show me) I'm feeling so much love

(I wanna feel what love is) no, you just cannot hide

(I know you can show me) yeah, woah-oh-ooh

I wanna know what love is, let's talk about love

(I want you to show me) I wanna feel it too

(I wanna feel what love is) I wanna feel it too

And I know, and I know, I know you can show me



Show me what is real, woah (woah), yeah I know

(I wanna know what love is) hey I wanna know what love

(I want you to show me), I wanna know, I wanna know, want know

(I wanna feel what love is), hey I wanna feel, love

I know you can show me, yeah



quarta-feira, 6 de março de 2019

E foi assim, solitário

Relaxa, vai, deixa acontecer. Solta o corpo. Apenas deixa ir....Não se preocupa. Confia....





Assim começou. Mil coisas na minha cabeça entre elas a velha pergunta:

- Será que vou conseguir ver?

A Karina continuava a entoar o mantra de relaxamento, quando comecei a ver e como se tivesse lido todo o enredo, já sabia o que ia acontecer, em resumo.


A imagem de uma menina. Devia ter seus 7/8 anos. Ela me olhava, sorrindo, banguela. O cabelo Dividido com duas tranças, uma para o lado direito outra para o esquerdo. Tinha muitas sardas no rosto. E sorria muito. Não via a mãe dela. Ela era minha filha. A mãe? Ela tinha ido embora, nos deixado, me deixado com a criança, com minha filha. Começo a descrever....As imagens voltam. Vejo  minha esposa. Com a criança. trocando as fraldas. Eu , ao contrário de antes estou visivelmente feliz. Vejo um sorriso de satisfação no meu rosto.

Eu, afinal sou um tipo comum. Rosto arredondado. Cabelo ralo, dividido ao meio, pouco cabelo. Preto. Um bigode. Não me acho bonito. Mas estou satisfeito, feliz. Minha família. Não percebo, mas a minha esposa está insatisfeita, infeliz.

Volta a cena da menina, da minha filha. Vestido azul, com detalhes coloridos. Ela é sorridente e falastrona. Me faz companhia. Eu não tenho nenhum semblante de felicidade. Na minha mente só fica pulsando:

- porque ela foi embora? O que eu fiz de errado?

Eu me torturava sobre isso, em questionando sempre, com esperança dela voltar.

A casa é simples. Parece ser nos anos 30, nos Estados Unidos. Casa de madeira. Pequena. A porta da sala, via-se integrada a cozinha, estilo americana. Dois sofás na entrada, marrons, e um aparelho de rádio. A frente da porta, uma bancada que dividia os espaços e delineava a cozinha. Uma geladeira azul, que combinava com um fogão azul. Uma mesa de jantar pequena, com 4 cadeiras, azuis. Havia uma porta na cozinha que dava acesso a parte de trás. Ao entrar pela porta da frente, a esquerda, um pequeno corredor. Seguindo neste corredor, logo a direita um pequeno quarto, de menina, dela, da minha filha. Logo depois um banheiro. E seguindo ainda, meu quarto. Com uma cama de casal de ferro. Um cabideiro de madeira, uma escrivaninha,e  um armário de madeira. Este quarto tem apenas uma janela para a parte de trás da casa. Assim como o outro quarto.

O tempo Passa. Na cozinha há uma cadeira de balanço de madeira. Eu sempre  me sento ali. Abro meu jornal e leio. Sempre. Essa imagem se repete muitas vezes. Não escuto o som da minha voz, só da minha filha, que com o passar dos anos vai diminuindo. Vejo ela crescendo e pouco estando comigo. Ela se torna fechada comigo. Só vejo ela sair e entrar na casa. 15 anos, 17 anos. Vou vendo as cenas. Eu pareço mais velho. Poucos fios de cabelo, brancos, bigode branco. Estou em casa mais tempo. Não trabalho mais.

Na frente da casa há uma calcada que vai da porta para a rua. Carros antigos ao longo da rua. É uma rua de várias casas. Muito arborizada. Na frente da minha casa há uma árvore. Parece ser um salgueiro chorão.


Vejo ela, minha filha na porta. Olhando para mim, com olhar triste. Uma mala nas mãos. Ela está indo embora. Há alguém lá fora esperando por ela. Eu ando com dificuldade. Tenho uma bengala. Ela sai, entra em um carro sem capota, e  vai embora. Eu fico, ali sozinho. Além do rádio tem um aparelho de TV.

Sou eu e a casa agora. A cadeira de balanço. O jornal de papel. Os dias passam. Iguais. Vejo o nascer e o por do sol. Parecem iguais. Eu sempre olho para porta. Será que elas irão voltar?


Estou deitado na cama. Cansado. Olho de rabo de olho para a porta da sala. Será que alguém vai entrar, elas irão voltar?


Estou cansado. vejo os detalhes da cama, de ferro, olho o quarto. Vou fechando os olhos. Cansado.


Depois vago pela casa. Vejo os detalhes de cada parte da casa. Não quero voltar para meu quarto. Olho do corredor. Vejo eu deitado lá. Os dias passam. Pessoas entram na casa. Tiram meu corpo de lá. Vejo agora um salão da pequena igreja. Será que elas irão vir? velório. Apenas um velho a antigo amigo aparece. Ninguém mais. Eu volto para minha casa. Está tudo cinza. Sem luz. parece um entardecer eterno. Fico na cadeira de balanço. Olhando para rua. Não vejo ninguém. Não sei quanto tempo passa.

Uma mulher chega na porta. Pergunta se pode entrar. E apenas olho para baixo, para o chão e balanço positivamente a cabeça.

Ela entra. pergunta se eu estou bem. Eu novamente repito os mesmos gestos.
Ela me pergunta se eu não gostaria de fazer uma caminhada. Saímos, pela porta de frente. 5 passos e eu paro. Sei que eu uma despedida da casa, daquela vida. Meu coração aperta. Ela sente. Ele vira pra mim e diz:

- Sim, pode se despedir da casa

Eu viro de volta para a casa. Olho cada detalhe daquele lugar. Meu coração agradeço por ela ter sido a única que não me abandonou. Que ficou comigo ate o fim. Não falo nada. Só penso. Meus olhos enchem de lágrimas. Como se eu estive me despedindo de um membro da família. Vejo cenas, passadas e uma lágrima escorre. Viro, e começo a caminhar com a mulher. O cenário muda. Jardins, calçada de paralelepípedos. Cegamos de frente a uma casa. Uma casal de senhores, da minha idade saem com sorrisos acolhedores. Vou ficar lai com eles. Em convidam para entrar. Assim que entro, em emociono. Na sala a minha cadeira de balanço está lá.

- Sim é a sua.

Eu sorrio. Um pequeno sorriso. Me instalo. Os dias passam. Como parte da adaptação preciso trabalhar em alguma frente. Me vejo um pouco mais jovem. Cabelos, poucos, porém, não mais brancos. Eu ajudo a receber as pessoas ali, que vem do outro lado da vida. Me sinto feliz. Útil. Sorrio mais. Ainda falo pouco.


- Vem, agora a vez de você receber ela, sua filha.

Meu coração dispara. A dor que nunca foi embora, dor da solidão, de ser abandonado volta. Eu a recebo. Ela me reconhece, em abraça e chora muito. muito muito. Eu choro também. Ela pede perdão, por ter me deixado pra trás. Eu digo que não teve problema, que estava tudo bem.

Eles me explicam então, que eu era muito fechado. Solitário mesmo com companhia. E isso gerou nelas uma solidão que não conseguiram suportar, por isso me deixaram. Que eu deveria perdoar, inclusive minha esposa. Eu entendo tudo. Meu coração sereniza. Estou em paz agora.


Acaba a regressão.....