A vida e suas repetições de ciclos

 TROVÃO EM CIMA, ÁGUA EM BAIXO: A LIBERTAÇÃO

O quadragésimo hexagrama do I Ching, chamado “libertação”, emerge sugerindo o final de um processo de estagnação e de problemas em sua vida, Daniel. Você terá a clara sensação de que um cinto muito apertado se folgou e que a pressão que perdurou por tanto tempo simplesmente cedeu, dando lugar a um sentimento nítido de liberdade. Liberdade de si mesmo, sobretudo. Liberdade dos aspectos de sua própria vida que já se encontravam velhos, gastos, superados. Você entenderá também, neste momento, que as dificuldades enfrentadas anteriormente ofereceram preciosas oportunidades que, na hora, você não reconheceu como positivas, mas reconhecerá agora. Você está dando a alforria para si, deixando para trás tudo o que não serve mais, Daniel. É hora de começar do começo. A imagem deste hexagrama é a de uma forte chuva que cai, limpando tudo, purificando o ar e dando uma sensação de frescor. Perdoar é a chave do momento, Daniel. Quanto mais você for capaz de perdoar, mais livre se sentirá para começar de novo.

Fraqueza, Solidão, ecos...

 Há, por vezes, momentos em que acredito não ter mais forças para lidar com os desafios.

Muitas vezes, talvez, tais desafios sejam só barreiras imagináveis da minha forma de ver e entender o que acontece.

Outras, também talvez, sejam raivas, impaciencias minhas, falta de sabedoria, nervosismo, diante da posturas alheias.

Afinal os outros, assim como eu, agem de acordo com suas crenças, valores e visões, tão iguais as minhas formas de agir.

Sim, há diferenças de pessoa para pessoa, mas em suma, no geral, todos agimos de forma muito próxima.

Se bem que no meu caso, eu tenho dificuldades de falar certas coisas que sinto, que me incomodo, algumas vezes, por ou entender que aquilo vai provocar muito mais confusão ou por um breve momento de serenidade, entender que mesmo se eu falar certas visões minhas, não alterará nada, e apenas magoarei o outro. Sim, são escassos esses momento, mas existem.

Fico olhando as confusões do dia a dia e percebo o quanto complicamos tudo com nossa forma, jeito.

Assim vamos indo, tropeçando e caindo.

Há vezes que consigo olhar para o que há em mim e o que está me machucando dentro da minha visão ainda torta, e travo batalhas emocionais e mentais comigo mesmo, buscando explicar e entender as dores, medos, e traumas que gritam de mim. Ser adulto nunca foi fácil, mas não imaginava que seria tão desafiador. 

Escrevi tudo isso durante muitos meses. E hoje lendo vejo como vivo com minhas certezas e dúvidas permeando o tecido de tempo e espaço. Apesar de parar de publicar, não parei de escrever, pois preciso descopilar para serenar.....

A dor que me consome

 Pela doutrina que acredito, minha mente sempre busca me trazer uma explicação baseada na reencarnação.

Talvez para amenizar e tentar aceitar, não sei.

A verdade é que não compreendo como eu sendo um pai que sempre buscou ser,  presente, carinhoso, cuidadoso, e responsável com a oportunidade que tive, não tenho a chance de estar com meus filhos.

Uma coisa é que quando crescem há um abismo de vontade e de ação em te ver, estar com você. Outra coisa é quando ainda não estão adultos mas escolhem não estar com você, criando lacunas, becos, distancias que não se justificam. Não se justificam pois não existem razões para explicar, e mesmo quando me dizem, que "morre de chorar quando fala de você, sente muita falta..." isso é incroguente.

Eu escrevo aqui para deixar registrado.

Dia dos Pais. E qualquer outro dia. Incrível que a apenas a minha caçula, minha doçura, insiste em estar comigo. Ela até então não desiste, e  quando esteve afastada, ligava para mim chorando para dizer que estava com muita saudade.

O que eu já fiz para mudar em relação aos outros? Tudo que podia, liguei diariamente, chamei, pedi, insisti. Será que quando eu não estiver mais aqui irão se arrepender e pensar como perderam momentos que poderiam ter sido maravilhosos? 

Eu vejo a depreciação do corpo do meu pai, e tento aproveitar momentos, conversas que serão cada vez mais raras. Pena que meus filhos não tenham essa visão, e por algum motivo ou por este mesmo, apenas minha caçula esteja dando valor e insitindo em estar comigo.

Eu desde os 17 quando me tornei Pai efetivamente, buscando desde então ser o melhor, presente e de exemplo. Erramos, claro, mas tenho noção o quanto fui e sou um bom Pai. 

Talvez esta seja uma dor que preciso lidar, pois de alguma forma no passado, não fui o pai que hoje sou, e não me importei gerando esta dor que hoje eu a sinto....e assim tento me consolar.

De qualquer forma os prejuízos já estão aí, sendo minha responsabilidade ou de qualquer outro adulto que também as tenha....no fim todos perdemos.

Cada escolha, cada ato, cada pedra atirada....

 Somos invariavelmente machucados por outros, e machucamos na mesma medida...

As pedras que me atingem fazem ecoar minha feridas mais profundas...

Não, não haveria necessidade de qualquer grosseria, rispidez, ou pedrada....

Nossas dores já nos machucam suficiente, aí, somos acertados pelas dores alheias....assim vamos interagindo...

Estamos aqui para o amadurecimento, e este depende unicamente de cada um, cada escolha, cada decisão e o que fazemos, lidamos, com as consequencias destas.....É você, só você!

Abra sua perspectiva. Olhe além, saia da mesmice, deixe a manada e busque amadurecer. Deixe de reagir, pense, reflita, seja presente!

Desintoxide-se digitalmente....opte por deixar e estar em você.......escute você, o mundo, abra seus ouvidos e sua percepção além da tela....

Eu estou indo, está chegando a hora....

A natureza nossa de cada dia

 Somos invariavelmente influenciados pelo meio a qual estamos inseridos...

Temos nossa crenças, dogmas e verdades e estas nos direcionam para onde vamos.....

Com este conjunto de programações mentais e emocionais, vivemos, ou melhor, sobrevivemos a um mundo onde todos os seres humanos vão  tropeçando uns nos outros, cada um com suas visões particulares da vida e julgamentos, pela distancia, dos atos alheios.

E vamos, evidente, criando realidades a partir da nossa janela particular....olhamos, sabemos noticias, temos conhecimento de fatos, e puf....nossa mente e emoção já vai e cria as "verdades" na nossa cabeça.

Desta forma vivemos em nichos, nos afinizando com os que pensam como nós, e rivalizando contra aqueles que não pensam.

Somos ainda tribos desconectadas da totalidade e uns dos outros, vivendo, ou melhor tropeçando em situações de ódio, amor, revanchismo, fraternidade, violência, amorosidade, agressões e acolhimentos, eternos. Ainda distantes da compreensão da verdade, ou de tudo que nos coloque de frente ao que realmente é, vamos caindo e culpando, levantando e amadurecendo.

Todos carregamos esperanças, bondades, ingenuidades e boa ações em medidas diferentes de desânimos, maldades, e más intenções. Este é o atual estado de nossa evolução, quer você concorde ou não, a verdade existe independente da sua concordância.

A Vida...e as despedidas

 A cada dia podemos ter a chance de ser diferente, de fazer diferente....

Se continuarmos a viver carregando raiva, odio, vamos inevitavelmente carregar o peso das nossas escolhas e não a leveza delas.

Eu não vim a este plano para reviver meus ódios, rancores e tropeçar novamente....Sim eu fiz minhas escolhas e estou ciente de que eu, e apenas eu vivo as alegrias destas. 

Tenho nitidamente na minha cabeça que preciso romper meus traumas, medos e pontos de inflexão enraizados ainda. Eu vivo intensamente e sou muito sensível. Sinto com uma profundidade e muitas vezes não demonstráveis. Lágrimas correm, mas muitas vezes, se não na maioria delas, quando estou só.

E assim você chegou na minha vida. De uma improvável união, de uma improvável vida e de um resgate impensado e súbito. Essa união que só poderia gerar algo tão doce e magnífico. Sua expressão, não poderia ser além de uma franqueza e doçura. Se por alguns momentos você se viu só, meio que abandonada, sem entender muito o que acontecia, em outros como que apenas deixando acontecer, mesmo que seus pêlos estivessem mostrando seu sofrimento, você continuava demonstrando seu carinho, de forma doce, amavel, e olhando, me olhando, percebendo todos, da mesma forma que você sempre olhou, docemente.

Infelizmente a vida, aqui, é feita de decisões que algumas vezes nos fazer chorar, travar, cair no chão  do banheiro, e mesmo que de forma egoísta pensar em não fazer o que deveria ser feito...

Eu sei, eu muitas vezes fui um estupido....outras, severo demais, e você continuava doce, me olhando e me procurando onde quer que eu estivesse....sabe as palavras saem, e agora, desde então, junto com as lágrimas do que tive que fazer....

Sim, eu pedi para você confiar e não desistir. Eu falei isso no seu ouvido enquanto chorava. Sim, eu pedi, muitas vezes para você lutar e não desistir....e isso foi o mais difícil de lembrar, vendo ainda seus olhos doces para mim, dizendo, eu vou continuar a te procurar, não vou te deixar ....prometo.....

Mas eu tive que desistir, me perdoe. Eu precisei escolher entre meu egoismo, de ter você, mesmo com sequelas, mas ter você, ou te deixar ir, deixar partir, seguir, e assim você se foi, doce, e esta é a lembrança que tenho de você quando te entreguei e você olhou pra mim, tão doce, como você foi na minha vida, uma Docinho. 😭😭

Cicatrizes

 Ao longo de qualquer caminhada, invariavelmente você vai tropeçando, dando topadas, batendo aqui e acolá.
Inevitávelmente há o choque que geram feridas e estas ficam abertas;

Com o tempo de caminhada, você vai aprendendo a andar um pouco melhor do que no início, mas ainda sim, algumas quedas ocorrem.

E por mais que sejam doloridas, são essenciais para nosso aprendizado sobre o caminhar;

Todos de alguma forma tem qualidades e ainda erros que nos fazem tão iguais ao longo do caminho;

Talvez o que nos diferencie, e não para melhor ou pior, é que com as cicatrizes obtidas na caminhada, vamos interagir und com os outros de formas diferentes ao longo da jornada;

Uns mais sensibilizados, outros mais traumatizados, outros buscando utilizar mais a gentileza, outros mais endurecidos;

O Curioso é que todos nós acabamos cheios de cicatrizes e numa grande parte das vezes, reagindo de forma estupida e sem pensar, quando essas cicatrizes são mais machucadas. Aí alguns se fecham, se recolhem, silenciam.

Será que seria esta a melhor forma de agir? ou continuar a andar, seguir, viajar? Pode ser que as vezes sentimos que se fizer uma coisa, piora ou se fier a outra, piora também. Se for assim, como deveriamos proceder?

Muitas vezes durante esta caminhada você se sentirá perdido. Geralmente nesses momentos questiono o que está ao meu alcançe para poder me modificar, me transformar.

A verdade é que doí, claro que doí, mas será que precisa doer de tamanha forma? Será mesmo que não há nada que poderia abrandar as confusões, tropeços e brigas? Cada um faz sua realidade, e cabe a mim entender que minha paz depende de mim.

"quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz?"