quinta-feira, 29 de maio de 2014

Trabalho, vida e espiritualidade










Sou diretor de um sindicato a quase 3 anos. Esse ano haverá eleições novamente, e possivelmente seremos candidatos. É um trabalho que me mudou muito, como quase tudo na minha vida. Esta atividade me ajudou a aparecer. Foi por isso e É CLARO PELA MINHA gestão como dirigente de um grupo espírita que eu sou, me possibilitou estar, profissionalmente onde estou hoje. Hoje sou assistente técnico da CORREGEDORIA GERAL no Ministério da Integração Nacional. Tenho um cargo lá a 5 meses.

Incrível como a espiritualidade age. Não há dissociação da vida espiritual do resto, ou melhor dos acontecimentos "normais" da vida "Normal". E assim as coisas vão acontecendo. 


Ontem festa de 25 anos de existência do sindicato, neste ato comemorativo entrevistas com várias pessoas, dentre tantas minha estória foi escolhida para compor a revista comemorativa, onde de tudo que falei, percebam o que foi publicado.



Agradeço, só posso agradecer, ainda mais depois das ultimas orientações que vocês tem me passado reforçando essa nova fase, principalmente do trabalho na FEAFA.



















terça-feira, 27 de maio de 2014

As portas se abrem

Mais uma vez, as portas se abrem....




Eu era um menino encabulado, tímido mesmo.....Desde pequeno precisei trabalhar com meu pai na fazenda dos Ucchi.

Família Rica, detentores de alqueires de  plantações de uva.

Katarinne.
A primeira vez  que a vi, me escondi, e ela para variar, veio e me achou. Sim, ela me achou, de novo, e de novo, e de novo. Tínhamos quase 5 anos.

Cresci Com aqueles olhos verdes e cabelos loiros cacheados correndo comigo.

A adolescência veio com momentos de solidão, porque  Katarinne estudava em outra cidade, e vinha apenas passar férias. Eu aguardava aqueles momentos, como os mais preciosos que eu pudesse tê-los na minha vida.

Coração palpitava. Pulava quando a via chegando. A casa, a propriedade enchia-se de vida. Sempre a mesma coisa. Ela chegava, gritando pela casa, e depois saia correndo para a vida, para mim. Eu me completava.

Já estava com meus 15 anos e Katarinne com seus 14 e meio, como ela gostava de falar.

- Pedro, sabe que um dia eu não vou voltar mais né. Perguntava, afirmando, para, como sempre ver minha reação.
- Sei. Eu sei. Eu sempre respondia desviando meus olhos dos dela. Não queria que ela visse minha tristeza.
Mas dessa vez ela se postou a minha frente, eu estava sentado ao lado dela, e aguachada , pegou meu rosto e levantou delicadamente.
-  Porque não me olha nos olhos quando responde a essa minha pergunta.  Perguntou ela com uma voz suave.
-  Não gosto de pensar nisso.  Respondi.
-  Por que Pedro? Olha pra mim!!
 Levantei os olhos e algo me tomou. Ela também percebeu que algo havia nos invadido. Nossos olhos ficaram juntos. Nossos lábios se procuraram. Meu coração parecia que ia sair pela boca. O medo que me tomava estava ali, eu o sentia. Medo de sua mãe, tão rígida, aparecer.

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Mas quando beijei seus lábios, meu medo sumiu. Era como se tudo fizesse sentido.
Como se a espera não existisse mais. Como se o ontem fosse realmente passado e o hoje o futuro por mim tão aguardado. Ninguém mais importava. Um jeito diferente de estar em paz. Calmo. Meu corpo respondia como se tivesse sido decifrado. Era você afinal que tinha a chave. Que trazia o que faltava para me preencher. Que vinha e não ia mais. Eu e Você. O beijo durou alguns segundos, mas foi um tempo que ninguém entenderia.

Quando abri meus olhos, eu chorava e não sabia como e nem porque. Mas você também estava chorando. As lágrimas escorriam. E nós só conseguíamos ficar a meio milímetro, um da boca do outro.

Eu um menino pobre, tímido, e você, rica, desinibida e linda. Nada disso fazia sentido, nem contava.


De repente. Uma voz. Conhecida. Autoritária. Bradava como sempre.
De repente o mundo voltou a girar.
De repente a magia foi-se cessando

Era quem dava as ordens e comandava a vida dela. Mas ela era minha. Isso não estava certo....


Ela se afastou, distanciou-se. Foi-se. Aquela fora nossa primeira vez. A vez que nós reencontramos. A vez que reconhecemos um no outro.


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pode-se achar que uma linda história não acontece a não ser que estejamos lendo um livro. Não estamos atentos de verdade. Vivemos isso várias vezes numa mesma vida. Preste atenção.

Sim, depois de algumas dúvidas e um gosto amargo de saudade, ela estava de volta, Mais velha. Eu também. Ela com 18 anos e eu com meus 19 anos. Eu mudei. Estava mais sério. Olhar penetrante. Ela mais linda, feliz. Nos encontrávamos sempre na volta. Eu ficava inseguro, claro. Ela "só" era minha na volta à fazenda, nas férias dela. Chegamos uma vez a discutir isso, e foi horrível. Até que ela veio e me disse aquilo.


- Pedro. Não quero brigar com você. Com você não. Não aceito! Todas as outras pessoas são iguais, mas você não é!

- Mas Katy, você só vem para cá nas férias. Enquanto isso...

- Mas venho Pedro, eu ainda venho...porque se preocupa com algo que não deveria se preocupar?

- Eu só sou suas férias...só isso

- Você é meu descanso, meu lugar de me refazer, onde eu escolho esta e não onde sou obrigada a estar...

- Tenho medo quando você se cansar de vir...

- Tenho medo de você não me esperar mais Pedro...

- Mas eu sempre te esperei...

- E eu sempre vim...

 Nos beijamos. Forte. Não queria deixa-la mais. Precisava ser eu nela e ela em mim. Meu suor se misturou ao dela. Minha saliva, meu eu. Não podia mais segurar nosso amor. Assim foi. Fomos. Viramos amor, amor. Vivemos. Sentimos. Sempre olhando um dentro dos olhos do outro, sempre. Assim descobrimos nosso amor, de novo, juntos, um no outro.



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Ela se foi. Não consigo acreditar. Tudo tão rápido. Tudo tão sem propósito. Minha cabeça gira. Minha cabeça dói.


De novo as imagens vêm a minha mente.

Eu tocando seu corpo novamente. Eu, ela, nus. Novamente. Era a nossa despedida daquelas férias. Foi nossa despedida das nossas vidas.

De repente, ela entra. o Celeiro que parecia intransponível ficou desguarnecido. Puxando Katerinne pelos cabelos.

-  Como pôde? Com esse aí? Eu não lhe dei do melhor para isso.  Sua mãe gritava.

Ela se foi, arrastada, seminua aos gritos, humilhada. Ela se foi. Minha. Ela se foi.

Fui chamado pelo Pai de Katerinne. Ativo. Senhor de si e bondoso. Mas manipulado pela sua Senhora. Esta má, esnobadora.

Eu envergonhado pela situação que coloquei minha família.

Meu pai curvado se desculpava por mim. Minha cabeça rodava. As vozes naquela sala nada diziam. A voz de Katerinne havia sido emudecida. Ela não estava mais na casa. Foi levada de volta ao colégio.


-  Carlos retire sua família de minha propriedade imediatamente. É uma pena mas nada pode ser feito.

 - Sim senhor!

- NÃO!  Gritei e levantei a voz a todos ali. pena que aquela mulher louca não estava mais ali para me escutar. Pena não poder pegar minha Katerinne.

- O que é isso meu filho, olha o respeito.  Falou meu pai, ainda mais preocupado.

-  Não é falta de respeito pai, e ter voz, coisa que nunca tivemos. Sr. Antonni, me perdoe, mas nada de ruim foi feito aqui. Eu amo sua filha. Ela me ama. O que vivemos foi a expressão disso. Não fiz mal algum a ela. O que aconteceu foi o que ambos desejamos.  Sou de família humilde sim, mas nada disso me impede de ter uma vida de respeito e dedicação à sua filha...

- Chega! Cale a sua boca moleque...e saia já daqui!!!

- Sim senhor Antonni, vamos sair!  Falou meu pai.

-  Não! Não vão. Se alguém vai sair sou eu. Eles não sabiam de nada Senhor Antonni. Eu vou embora. Meu pai não sabe fazer outra coisa do que viver para esta propriedade. Eu vou, eles ficam. Não volto aqui.

- Então que seja. Vá embora!

- Sim, eu vou, mas prometo-o que um dia voltarei não como o filho do empregado mas como o dono disso tudo!

 Virei-me. Sai como estava. Despedi de meus pais e pedi que continuassem ali, pois eu iria voltar e comprar aquela propriedade para eles. Não apenas para eles, mas para mim também. Ali fui feliz como nunca. Ali um pedaço meu estava, porque lembrava de Katerinne.


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Meu cavalo atravessou aquela entrada como se ali fosse seu território. Quando chegava a casa principal, minhas memórias traziam de volta aquelas crianças correndo, brincando, aqueles jovem juntos, aqueles adolescentes se amando. Via ela correndo em volta do meu cavalo, seu sorriso, seu olhar, como a me dizer..

-  você voltou como havia prometido....



- Meu filho....meu filho.

- Mãe, que saudades.

- A muito tempo esperava por esta chance mãe, pena que papai não está mais aqui.

- Mas ele está filho, Sr Antonni deixou que enterrássemos ele aqui. Sr. Antonni nunca mais foi o mesmo depois que a esposa suicidou. Por isso e depois que aqui ficou só resolveu colocar a propriedade a venda. Ele partiu ontem, levando apenas algumas roupas. Ele disse que não queria mas nada daqui. Acho que depois que ele soube que você comprou a propriedade, ele teve certeza que perdeu tudo que tinha de mais precioso naquele dia quando expulsou você e deu ouvidos a esposa mandando a filha para a escola interna.

- Imagino...Mãe e Katerinne?.  Falava abraçado a ela indo em direção A casa principal. Paramos em frente as escada que levava as portas, grandes, de madeira maciça, da entrada. Quantas vezes brinquei com ela ali.

- Katerinne? Você nunca a esqueceu não é?

- Não mãe, nunca!

- Depois daquele dia, passou muito tempo, para ela voltar aqui. veio algumas vezes, e em uma delas, apesar de não me perguntar eu a via aqui por perto, rondando nossa casa, talvez na esperança de saber noticiais suas. Ela também não te esqueceu. Depois que a mãe se matou, nunca mais voltou e conversava com o pai por cartas. Numa delas ele chorou muito. Eu peguei a carta meu filho. Ela comunicava ao pai que havia se casado e estava grávida.

- Grávida?  Baixei meus olhos.

-  Sim grávida, ela sabia que seria um menino e avisava ao pai que o filho se chamaria, PEDRO!

- hum?

- Ela nunca te esqueceu meu filho...

  Meus olhos se encheram de lágrimas. Olhei para minha mãe sem pronunciar uma palavra. Deixei ela no pé da escada e fui subindo, degrau a degrau. Minhas botas, meus pés, meus passos me levavam de volta àquela porta. Empurrei aquelas velhas e pesadas portas. As portas se abrem....



- Katerinne......






You can always come home





93 million miles from the sun
People get ready, get ready
Cause here it comes, it's a light
A beautiful light, over the horizon
Into our eyes
Oh, my, my, how beautiful
Oh, my beautiful mother
She told me, son, in life you're gonna go far
If you do it right, you'll love where you are
Just know, wherever you go
You can always come home

240 thousand miles from the moon
We've come a long way to belong here
To share this view of the night
A glorious night
Over the horizon is another bright sky
Oh, my, my, how beautiful
Oh, my irrefutable father
He told me, son, sometimes it may seem dark
But the absence of the light is a necessary part
Just know, you're never alone
You can always come back home
Home
Home
You can always come back

Every road is a slippery slope
But there is always a hand that you can hold on to
Looking deeper through the telescope
You can see that your home's inside of you

Just know, that wherever you go
No, you're never alone
You will always get back home
Home
Home

93 million miles from the sun
People get ready, get ready
Cause here it comes, it's a light
A beautiful light, over the horizon
Into our eyes


I'm yours :P







; )










Tum.tum.tum.trim thiiiiiii











AND THE ORIGINAL











YOU UNDERSTOOD NOW?

Voltando







Mais uma vez começo meu caminho de volta.

Gratidão à vocês que perdiam, escreveram, oraram.

Eu estou voltando, para mais algumas lições, quedas, pedidos de força e reerguimentos....


Assim sou, assim continuarei, POIS me redescubro mais forte a cada renascimento!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Se é feito com o coração...

Se é feito com o coração, sempre esta certo....
Mas porque tantos atiram pedras?
Por que nem todo mundo enxerga flores!
Mas tinha que ser assim? Tantos com ódio de mim?
Mas não foi você que pediu isso?
Como Sabe?
Você mesmo me disse. Não se lembra? Eu lembro, tenho uma memória ótima (se bem que ultimamente ela anda me traindo).
Até mesmo você...
Diferente...
Diferente?
Sim, diferente!
Como, explica?
Ahhh, tudo precisa de explicação para você?
Porque não?
Porque não!
Ahh pára. Explica.
Melhor não. Sem explicação as coisas sempre foram mais fáceis, não?
Depende!
De que?
Do que se explica!
bobo!
Eu?
Sim, você!
Vai, por que diferente?
Meu Deus você não desiste?
Nunca!
É ...eu sei!
Sabe?
Sei!
O que você sabe?
muito mais do que imagina!
Será mesmo?
Com certeza!
.....(Pensativo..olhando o céu)
Uma batatinha pelo seu pensamento?
Você nem tem batatinha aí...!

Mas posso comprar, me diz!
Não...nada. Só queria saber se valeu a pena, até aqui.
O que valeu a pena?
Estar neste caminho, a caridade, a devoção...
Você está me perguntando?
Não sei....
Então não posso responder...
Pode responder por que diferente?
Também não!
Afff!
Ihhh..vai começar a falar esse "aff"?
Você nunca gostou dele....Não sei porque!
Você nunca soube mesmo, eu sei, nunca soube de nada...
Será mesmo?
De novo esse será?
Sim!
Porque?
O que?
Do "Será"
Porque você imagina que eu nunca soube de nada, nunca dei
 atenção, nunca me importei....
Não disse isso...
Quase isso....
Preciso ir...
Sempre assim?
Assim como?
Cortando, sem cerimônia?
Precisa de cerimônia para ter que ir?
Sim.
Não sabia!
Você Nunca sabe de nada...
SERÁ?

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ir além da própria dor






Quando cuidamos da dor do outro, o nosso próprio sofrimento parece se aquietar.



Muito tem sido dito sobre mim, e o trabalho que faço, espiritualmente. Isso chega a ser repetitivo.


Eu, hoje, quando olho para trás, reflito sobre todos meus passos.
Estou, realmente um tanto atordoado sobre o que fazer, em que direção ir, quais decisões tomar.
Sei que tanto a minha questão espiritual, e mais ainda a minha pessoal, se confundem. Hoje a espiritual esta mais consolidada e sei quem sou e tenho confiança no trabalho que faço. 
Minha questão pessoal ainda está bem confusa. Vocês sabem, eu sei. Vocês que vêm aqui, se o fazem é porque conhecem um pouco de mim.

Pouco na verdade que não traduz nem a metade. Normal, acredito eu. Estou com 38 anos. Indo para os 39. Muito deficiente em alguns aspectos e menos em outros. Como todo mundo, é claro.


Sobre a questão espiritual, pela casa que trabalho e atualmente dirijo, as pessoas quando lá chegam, se deslumbram pela energia que possui (e que atualmente está melhor ainda, incrível), com a espiritualidade lá presente, porque há sem dúvida, e sobre a amizade que este lugar inspira nas pessoas. acredito que alguns percebem a ligação, Cármica com o local e , em especial comigo.

No inicio perceber este contato é maravilhoso. São provas sentidas que há verdade na questão reencarnacionista e que realmente estamos juntos novamente. Com um pouco mais de tempo, é evidente que sentimentos do passado podem retornar e assim, se não temos a devida precaução e clareza, confundimos o ontem e o hoje. Algo normal. O que chega a ser anormal é que quando chegam, falam, elogiam, rendem graças e palavras de elogio. Depois, quando, como em qualquer relação que há pontos positivos e negativos, nos deparamos com a frustração, a não correspondência ou o não acontecimento como gostaríamos, esquecemos de tudo que recebemos no local, da leveza, da amizade, e principalmente do trabalho que assumiu-se, vira-se de costas e se vai.

Aqueles que ficam precisam mais uma vez se recompor. E se virar para manter tudo funcionando como antes, mesmo se aqueles que saíram ficam falando e levantando injúrias sobre a Instituição e, como sempre acontece, eu.
Todos nós precisaríamos termos sido mais maduros.  Em toda situação de crise, com diálogo e disposição para resolução, construímos. Com o contrário, apenas destruição.
Assim foram Ari, Cíntia, Gabriel, Abdon, Fernandas, Jucimar, Patricia, Ana, Clara, Diulie, Fabiene, Hynara, Karen, Álvaro, Keula, Fátima, Ângela, Kamilla, Isa, Talitta.
Muitos destes me responsabilizaram pela não perseverança, pela sua desistência, por terem deixado seus postos. Alguns continuam a falar de mim, e a praguejar, esquecendo dos momentos de dor e angústia que foram recebidos e aliviados, e que em muitos deste momentos eu estava lá, dolorido, machucado, mas me dedicando a tratá-los e aos seus parentes.
Todos quando saíram me deixaram um vazio. Uma dor incalculável. Uma tristeza. Revi meus passos. Refiz minhas posturas. E continuo no mesmo trabalho, tentando aliviar aqueles que chegam a fim de que eu mesmo vá sendo aliviado.
Mas a ingratidão machuca, e como!

No outro lado , meu lado pessoal. Difícil de explicar. Difícil de entender. Não busco outra coisa se não isso. Explicar e poder para isso entender.

As vezes um olhar mais simples ajuda a desfazer uns nós que não acreditamos mais conseguir. As vezes um simples "tá bom, vou experimentar" pode fazer milagres. Ser simples, é, acredito eu, mudar o rumo, mais ir na mesma direção, procurar passos mais calmos do que acelerar ou parar.
Quando quero falar deste assunto e de todos os sentimentos que me envolvem, quando não tenho figuras de linguagem para extravasar, é tempo do ponto final então.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

quem sou eu




Eu sou aquele que acredita sempre...


Que olha nos olhos

Que quer ver, te ver, sempre

Não apenas para olhar, quero ver


Sentir, lembrar, suar, falar, confessar.


Sou assim, intenso e no limiar da sanidade.



O quarto negro

Neste quarto onde me recolho,

Junto-me aos que se torturam

Aos que se cortam

Para deixar sair esta dor que preenche, me sufoca

Sim, sou sujo como todos ali, imundo

Sem escrúpulos, nojento, alma impura e ruim



Então faça isso. Deixe-me aqui. Vire as costas e faça como todos.

Não será novidade, nem mais surpresa.


Mas eu volto.





Wasted Time


EU me lembro de você









Foi sem querer

Você veio

De mansinho

Como quem não quer nada

Me envolveu
Me deu segurança
Me fez acreditar de novo


Eu me lembro de você

ME dê algo para acreditar

Senhor...apareça........




Black








AS VEZES

As vezes ainda sinto


as vezes sonho


as vezes lembro

as vezes sofro

As vezes sorrio

As vezes te vejo

As vezes te perco

As vezes te reencontro








Onde?
Onde foi

A quanto tempo faz

A quanto tempo ainda irá fazer?


Pra ver preciso fechar meus olhos

Para sentir preciso respirar a cada dia

De novo veio...


De novo se foi

Tudo se repete

Tudo

é assim....

 Sempre assim...

De novo.

Porque seria diferente?

porque...


mas eu não aprendo mesmo.

sou assim.


"diferente"



DIFERENTE....


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Novamente..me reerguerei POR TI









Mais uma vez Mestre, este gosto amargo.
Mais uma vez a açoito a estalar contra minha fronte....
As lembranças se confundem.
E eu, como de costume fico a remoer os fatos, presentes e passados.


A injustiça tem um teor cruel
As palavras despejadas inconsequentemente trazem a vibração maligna
As acusações infundadas, o lampejo de falta de fé em sí mesmo

Lembro tantos os rostos que de frente a mim diziam...."serei diferente, como pode aquele fazer isso?"

Lembro as inúmeras vezes que abdiquei de meu tempo, minha vida, meus afazeres para ir cuidar dos outros.
Mãe quase cega,
Irmã a beira do Suicídio;
Mãe com dores no braço, Tia e prima doentes,
Relação com ex conturbada,
Filho problemático,
Eu sempre lá.

Antes domingo. Todos eles. Viajar era um opção quase descartada.

Assim foi-se minha família, meu tempo, eu.


Assim foi-se eles. Simplesmente viraram as costas e se foram.

A maioria falando mal de mim.
Palavras como nojento, coisa ruim, egoísta, fanático, manipulador, bruxo. "Atravessarei a rua para não cruzar contigo."


Hoje me pergunto se tudo foi válido. Quando mais uma vez as palavras cruzam e chegam a mim. Golpeiam a minha fronte e me fazem refletir sobre minhas posturas.



Novamente preciso me reerguer. Mesmo em dor pelos que ficaram pelo caminho, pois é por eles que me esforcei ate hoje, eles percebendo ou não.....

E é claro
Por TI MESTRE.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

To break free






Sometimes we just listen to understand,
Just need to feel
Just To undestand
Some words are useless


It's time we said goodbye
Time now to decide
Oh, don't you feel so small
Dark is the night for all
It's time we moved out West
This time will be the best
And when the evenings fall
Dark is the night for all
It's time... yeah,
to break free
It's time to pull away
For you and me
(...to break free)
It's time... yeah,
to break free
We need to celebrate the mystery
It's time we said goodbye
Time for you and I
Oh, don't you feel so small
Dark is the night for all
Time...

terça-feira, 13 de maio de 2014

O certo era ele ter desistido








O certo era

                    ele ter desistido




Mas vai


                             Explicar isso
   

                                                   para um garoto




            APAIXONADO

Não adianta






Não adianta me procurar em outros timbres, outros risos.....

Eu continuo aqui.....no mesmo lugar.


Você mesmo que me afaste, que lute, que xingue, que busque coisas para preencher sua mente,

eu sempre volto, sempre.....e

Não adianta me procurar, em outros timbres, em outros risos.....


.....Eu estava aqui e estou o tempo todo, só você não viu....



Mas hoje, só hoje, cansei de chorar feridas que não se fecham, que não se curam...


eu sei, eu bem sei, que essa abstinência uma hora vai...eu sei que vai, precisa, é necessário..



PASSAR.

Você está saindo da minha vida.....e parece que acha que vai conseguir.

Tudo, tudo, tudo vai se encaixar.....

Eu estou surtando, novamente, mas dessa vez é diferente....

dessa vez estou só....solitário, expurgando tudo, tudo....

Comemore...pode comemorar


Estou em dor, contorcendo-me, gritando, enlouquecendo, chorando.....como desejara que eu estivesse.....

como no seu íntimo buscou, pediu e lutou para isso.



quinta-feira, 8 de maio de 2014

The boy, the girl and the tree



Há vinte e poucos anos atrás um menino e uma menina se conheceram. Ele namorava a prima da vizinha dela e vez por outra se viam em festinhas e afins... A prima da vizinha era uma menina bem antipática, aquele tipo de menininha irritante e chatinha, sabe? Bem, elas também estudavam na mesma escola e certo dia a prima da vizinha comentou com a menina que o menino havia lhe dado um cartão, todo lindinho, e havia escrito nele "Eu te amo", mas com vergonha rabiscou bem forte estas palavras que era pra prima da vizinha não ler e escreveu embaixo, Eu te adoro. A chatinha contava isso com um ar de superioridade e um risinho sarcástico... A menina achou aquilo muito feio, ela pensava que se alguém escrevesse pra ela um Eu te amo e rabiscasse, ela iria guardar aquele segredo bem no fundinho do coração e ficaria muito feliz se um dia essa pessoa escrevesse e não rabiscasse mais... enfim...o tempo passou e de brincadeira em brincadeira a menina e o menino, que já não namorava mais a prima da vizinha, marcaram um encontro...foram a uma boate e lá pelas tantas, nem tão tantas assim, pois o menino tinha prova cedinho da manhã, a menina percorreu o peito do menino desenhando nele um eu te Adoro...o menino, claro que fazendo charme disse que não havia entendido, então a menina fez de novo e olhou pro menino com um sorriso sapeca de quem espera um obrigada com um beijinho pendurado...o obrigada chegou com tudo que ela esperava...e depois desse obrigada vieram muitos outros durante dois anos e quatro meses quando se juntaram a eles o fruto daquele dedo que deslizou...um bebê lindo de cabelos loiros e sorriso cativante...trouxe muita luz, mesmo que naquele momento algumas pessoas tenham desligado o interruptor e cerrado janelas e cortinas. A luz era forte e de tão forte fez tudo se abrir. Foram seis anos vendo o menino crescer e carregar com eles uma juventude que não podia mais voltar pois a vida adulta tinha entrado pela porta com mala e tudo e estendeu seus lençóis definitivamente. O menino e a menina decidiram que tinham que ter o controle das janelas, cortinas, portas, fechaduras e tudo mais e levaram o bebê-menino para esse lugar a que chamaram de lar. Se divertiram muito, os três...acordaram muitas vezes de bom humor e muitas outras de mau humor...mas brincaram de casinha igual adulto de verdade e a brincadeira ficou tão séria que decidiram construir uma casinha deles próprios... Ela era linda...toda pensada e enfeitada de sonhos de um pra sempre que o menino e a menina juravam um pro outro que era tudo que acreditavam...de repente queriam ver mais gente nessa casa...faltava graça, riso, doçura, e o coração dos dois pulsava numa alegria de pensar em deixar outro bebê habitar a casinha dos seus sonhos...ela chegou pequena e trouxe muita esperança...trouxe mais um caminhão de amor que foi derramado encima da casinha de sonhos que já não estava tão cheia de certezas... A alegria de novo veio visitar a menina e o menino, agora era um bebê-menina... os dois sorriram juntos de novo..acreditaram juntos de novo...fizeram planos juntos de novo...e respiraram bem forte tomando fôlego pra descer até o fundo em busca de mais tesouros... A vida é assim, sempre pede que você se esforço muito pra depois poder contemplar seu jardim florido ou seu baú de moedas douradas que serão gastas durante algum tempo... passaram-se quatro anos... a menina continuava vendo todo cor de rosa, essa mania de menina que sempre acha que a vida é um conto de fadas... mas o menino estava longe, estava distante e já via tudo muito cinza e sem graça... ele estava cansado... algumas coisas que a menina fazia o deixava triste, outras o deixava bravo e outras tantas o deixava sem vontade de acreditar no sonho que tiveram antes... A menina nem percebia... Até que um dia, o menino desenhou numa folha bem grande uma floresta bem feia e escura e disse pra menina que era assim que ele via o sonhos que eles tinham sonhado juntos...A menina só chorava...Chorou tanto tempo, pois encontrou, bruxas, dragões, duendes maus e mais um monte de coisinhas feias que entraram na floresta do menino e não queriam que a menina atravessasse junto com ele a estradinha que levava até uma colina, que se eles se esforçassem muito, conseguiriam subir e ver um caminho todo verde cheio de flores com uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela, para ver o sol nascer... Durante três anos a menina habitou a floresta sozinha, ela de um lado e o menino de outro, eles não se encontravam e quando se viam de longe, logo vinha a noite bem escura com seus medos e traumas afastá-los mais ainda...Até que um raio caiu do céu numa manhã cinzenta de setembro e cortou a floresta ao meio rasgando a terra e criando um grande penhasco entre o menino e a menina... agora nem que um dos dois quisesse não conseguiam se ver, se ouvir, nem sentir o que outro queria... Sozinhos receberam visitas...cada um do seu lado...o menino encontrou uma outra menina e a menina encontrou um outro menino. Estes disseram que vieram com os bolsos cheios de sorriso e muita promessa de que se dessem as mãos e fechassem bem os olhos podiam sonhar de novo... O menino e a menina aceitaram, mas o sonho era bem pequeno e logo abriram os olhos e viram que o inverno continuava, mas o frio fez que os dois corressem muito até uma parte da floresta aonde no outono uma árvore havia caído formando uma ponte sob o penhasco...os dois correram, correram e se abraçaram muito forte e viram que juntos enxergavam o sonho de novo , só que de olhos abertos... 






Então combinaram que toda noite, os dois, correriam pela árvore ponte, se abraçariam e sonhariam até o sol cinzento voltar, então retornaria para o outro menino e para a outra menina que haviam conhecido...Assim eles fizeram durante muito tempo...mas um dia o outro menino que estava com a menina na floresta escura, foi embora e a menina sentiu muito medo e levou tudo que lhe restava, desejos, coração, lembranças, garganta, doçura, lágrimas, arrepios, suor, sua fitas cor de rosa, sua mala de expectativa, seu caderno de recordações, seu diário de mudança interna, sua convicções, suas certezas...tudo, tudo numa mala bem segura. Ela então acampou ao pé da árvore...assim, quando a noite caía ela estava mais perto do menino e podia passar mais tempo com ele... no começo o menino ia pra árvore-ponte todos os dias... mas um dia quando ele esperava a menina no meio da árvore-ponte ele viu a menina correr pro lugar aonde ela vivia com o outro menino... ele chorou e ficou muito triste...mas a menina tinha ouvido a voz do orgulho, que era um bruxo muito mau que imitou a voz do outro menino pra enganar a menina...quando ela percebeu a bobagem que tinha feito, ela correu pra árvore-ponte o mais depressa que consegui, mas o menino não estava mais lá... a menina chorou...chorou e soluçou... de longe o menino ouviu, mas ele estava muito triste e muito fraco e muito confuso... e com muita dor e não conseguia mais chegar até arvore-ponte... A menina estava naquele lamento doído já fazia algum tempo e também já estava fraca e não sabia mais quanto tempo ia consegui ficar alí...em cima da ponte fazia muito frio e era muito solitário...o medo da menina crescia e ela não alcançava mais a mala de esperança que tinha levado...ela sorria, um sorriso já amarelo e pedia com a voz do coração que o menino voltasse, assim ela acreditava que juntos eles podiam alcançar a mala da esperança e beber a água da felicidade que faria tudo ficar na sua cor exata, nem rosa, nem cinza... uma aquarela que eles já conheciam além da vida. 




Mas o menino escutou uma voz...longe, longe, não era a voz da menina na floresta. Era a voz dentro dele. Que voltava a gritar. Ele, então voltou até a árvore ponte e lá encontrou a menina chorando. Ele a abraçou e pediu desculpas, mesmo sem saber porque. Ela se desculpou também. Se abraçaram, e novamente se viram, um nos olhos do outro. Ficaram ali um tempo, até que o menino disse que tinha que ir, se despedir da outra menina que esperava por ele, mas que não demoraria. Assim ele foi, carregando a ansiedade de quem vai e quer logo voltar e de quem fica é quer logo que volte. O menino foi, encontrou a outra menina e se despediu. Mas na volta se perdeu. Não sabia como voltar. Se confundiu com o caminho, e demorou mais que era esperado. A menina esperou, esperou. Mas o bruxo orgulho voltou a ronda-la, visto que ela estava só novamente. Em volta dizia palavras tolas e provocava nela cada vez mais uma angústia devoradora. 
- Você não merece esperar tanto, dizia ele. 
- Ele não vai voltar, está só brincando com você como sempre fez, reforçava o bruxo.
- Vai atrás do outro menino que te valoriza mais e não te deixa ficar esperando. Insistiu o bruxo.
Depois de tanto tempo e de tanta investida do bruxo a menina voltou a ficar com medo e se sentir abandonada. Correu então para onde se encontrava com o outro menino e começou a chamar por ele. O outro menino apareceu e a chamou para entrar na casa da árvore que ele havia construído. Tinha um portão bonito na entrada. Ela entrou. O outro menino disse então para eles irem passear e saíram de mãos dadas. 
O menino então voltou até a árvore ponte que tinha caído e não encontrou mais a menina lá. Ele chamou, chamou, chamou e nada. Um aperto no peito doeu muito. Ele já tinha sentido aquela dor antes e não gostava do que significava. O menino decidiu ir até onde a menina encontrava com o outro menino. A dor no peito era mais forte. Ele viu a casa na árvore. Olhou por debaixo do portão e viu o cachecol da menina caído no chão. Ele chorou, gritou, implorou. Bateu e levantou o portão e entrou na casa da árvore do menino. Pegou o cachecol e viu a mala da menina lá, estacionada num canto. Ele caiu de joelhos, chorou mais ainda e gritou muito. Depois de muito tempo, e do bruxo do orgulho ir visitá-lo, ele decidiu ir embora. Não queria mais ficar ali. Ele foi embora, para o lado dele. Lá ele entrou num tronco velho e seco do que fora uma grande árvore. Fez dali seu abrigo. Agarrou-se a cada detalhe, para tentar se fazer em casa. Tento desviar-se de olhar na direção que lhe lembrava da menina.
Mas a menina mais uma vez viu o que tinha feito. Se arrependeu, mas dessa vez não foi até o menino para pedir desculpas. Ela estava com um olhar diferente. O bruxo do orgulho ria por de trás dela. Ela não conseguia pedir mais desculpas. Um ódio saiu pelos seus olhos, e ela foi até o menino para colocar pra fora todo este ódio. Ela não via mais o menino, mas só tinha muita raiva saindo dela. Ela disse muitas coisas que estavam machucando ela, na esperança de que se colocasse pra fora, aliviaria ela. Ela começou a acreditar que toda a dor que ela sentia era culpa do menino. Que o menino não queria mesmo estar com ela; que ele era egoísta; que não gostava de verdade dela, que aquilo só passava de possessão; que se ele gostasse mesmo dela, ultrapassaria a árvore ponte e estaria com ela por onde ela estivesse, não deixando ela sozinha. Ela estava diferente. O menino ficou assustado e confuso sobre, ele, sobre ela e sobre a árvore ponte. A menina virou de costas. O menino sentou-se no chão e ficou com saudade da menina quando ela ainda usava laços de fita no cabelo, era como se houvessem duas meninas. A de agora não gostava do menino.
Assim a menina se foi. Assim o menino ficou. Assim a árvore ponte permaneceu no mesmo lugar.