Novamente, neste processo de cura da minha alma, do meu espírito, da procura pelo meu verdadeiro EU, me permitir entrar neste processo novamente. As transcrições que ando trazendo aqui são para que fiquem registrados mas do que em meu subconsciente. É para que meu EU consciente tenha sempre que necessário for um lugar para recordar e lembrar das feridas que já foram cicatrizadas, ou pelo menos, em processo de cura
" - Foque-se neste sentimento, nestas frases: Sou forte, preciso passar por isso.....preciso me submeter a isso....vamos Daniel, repita.....
- Não estou conseguindo me concentrar.....apenas vejo uma imagem....uma moça/menina....de vestido branco, florido de vermelho, vem na minha direção sorrindo. Estou sentando.....acho que tenho problemas nas minhas pernas, não as sinto.....eu inclino levemente a cabeça para cima, encontrando os olhos dela, vindo em minha direção.......
- Sua pernas, sinta-as tem problemas com elas? deixe-as responder.....
- Não acho que não...está tudo muito confuso....
- O que sente que esta acontecendo?
- Estou me desdobrando aqui...ficando sonolento....
- Não, não isso não volte...isso é uma fulga, vamos. volte!! Concentre-se nas palavras: preciso passar por isso, preciso me submeter....
- ................................
Vejo um orgão antigo, grande...vejo as parte de metal, os tubos.....eu estou tocando...estou numa espécie de orfanato, é uma igreja...longe...bem longe.....vejo o padre brigando comigo...e eu toco, mais forte para não ouvi-lo. Uma dor aguda no pescoço, no lado esquerdo. Sou castigado com uma "ripinha" de madeira que me batem no pescoço. Mandam que eu abaixe a cabeça e batem. Tenho uns 8 anos de idade. Cabelo cortado bem baixinho, tipo como se fosse de um soldado do exército. De noite fico encolhido na minha cama, chorando, me sentindo só, solitário. Sinto falta de carinho, de aconchego, de amor.....
volto...estou numa carroça, vejo meus pais, minha mãe com minha irmã no colo e outra irmã minha deitada perto de mim. Eles estão me levando para aquele lugar.
Dizem que é o melhor para mim. Que eu terei uma educação melhor lá, com os padres. Não falo nada, aceito!
Estou em pé, à porta da entrada do lugar, ao lado de um padre, meus pais na carroça indo embora. Meu peito aperta. Uma dor forte no coração. Angustia, nó na garganta, mas não posso chorar, tenho que aceitar, tenho que ser forte, pois meus pais não merecem isso.
Estou com 14 anos. Me vejo de batina. Estou aguardando pessoas que vem nos visitar. É um grupo de noviças. Fico entusiasmado. Elas vão entrando e eu sorrindo, feliz. Uma passa e desperta meu coração. Ele dispara e eu começo a sorri mais.Mas.....me vejo me auto flagelando, preciso conter este ímpetos, não posso me permitir sentir estas coisas. A mesma ripinha de madeira, agora me bato nos pulsos. Vermelhos e bem doloridos...pronto consegui conter o corpo, estou com mente aliviada.
Há um jantar de despedida, me sento à frente da noviça. Nossos olhos se cruzam, ela fica sem graça, sorri e abaixa os olhos, tímida. Saímos, fomos para um pátio, era noite de lua cheia. Sentamos um ao lado do outro. Estou tremendo. Quero pegar na mão dela, não tenho coragem, qual será a reação dela? Tocar seus cabelos.......ahhhh, que vontade. Ela se levanta, se despede, e eu lamento. Fico em meu quarto olhando a lua e pensando no que não fiz.
Estou bem mais velho. Coração parece que secou. Não tenho mais problemas com aqueles sentimentos, aquelas situações. Faço tudo automaticamente, de forma mecânica.
Mais à frente, vou desencarnar. Sensação de dever cumprido. Fiz o que esperavam de mim, cumpri com o que era certo!
Desencarno. Agitado, infeliz, minha vida foi um desperdício. Fico perturbado pois não fiz nada do que EU queria apenas agi de acordo com o que esperavam de mim.
- Uma vida de limitação, onde se submetia....em quantas vidas fez isso? olhe a linha das encarnações....
- em todas eu acho.....
- Vamos, se permita ver uma vida sem que tivesse vivido assim. Uma vida que tenha se sentido livre....
O sorriso vem naturalmente. Arrogante até. Uma sensação ótima. Não tenho amarras, nada que me prenda. Já escrevi sobre isto aqui. Mas agora as sensações são outras que não tive. Liberdade, libertinagem. Todos ao meu prazer. Todos em volta estão aos meus pés. Um baile. Há uma festa particular acontecendo, como sempre. Sedução, jogos de prazer, e eu como o centro de tudo isso! Mas não vejo novamente as cenas, não sinto os cheiros, a excitação. Apenas vejo uma mulher caída. O pingente dela....passo minha mão por trás da cabeça. Sangue, vazio.....
Depois, não tenho mais motivação para o que vivia. Sem graça, sem vontade. Vou perdendo o brilho da vida com o passar do anos, morro só, sozinho!
- DE NOVO?! Isso aconteceu muitas vezes!
- Sim, muitas vezes, muitas....