segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Muito julgamento, pouca sensibilidade



Quem realmente pode pegar a "pedra"e atirá-la?

Talvez esta alegoria do ensinamento de Jesus esteja muito batida, mas pouco praticada.

Sempre nos sentimos, os mais machucados, enganados, traídos, feitos de idiota, e por isso, justifica-se palavras "atiradas" sem que realmente nos colocássemos no lugar alheio e tivéssemos a chance de olhos, com outros olhos.

Mas, como agimos programados, com este programa que nos leva sempre a inconsciência, e a agirmos no piloto automático, não nos damos conta que toda a energia liberada com palavras, gestos, pensamentos, gera, na verdade, toda problemática que nos vemos presos e reféns.


É simples. Você se sente enganado, rejeitado, pela pessoa, que na sua visão você, entregou-se, seus segredos, sua dedicação, seu olhar, seu pensar, sua respiração. E o que ela fez? Desprezou, enganou, mentiu, rejeitou. O que surge dentro de nós? Raiva, mágoa, desejos ruins, tudo que podemos fazer para que o outro receba(ainda no campo do pensamento e das palavras) o que merece, ao nosso ponto de vista, (quando não há outras agressões, as físicas mesmo, e até ações ardilosas para prejudicar aquela ingrata).

A questão é simples. Quantos não estão nisso? Presos nesta cadeia passional, que antes eram oriundos de amor, incontestável e acima de tudo e qualquer coisa, um amor INCONDICIONAL, hoje não passa de ódio, rancor, ressentimento. Eu tenho uma fórmula para saber se é amor. Esteja numa situação com esta pessoa, onde esta tenha feito uma grande MERDA. Se você conseguir não agredí-la, perdoar, depois de uma conversa que você tenha falado e  escutado tudo, e ainda sim, ao final, abraça-la e estar feliz porque está ali com alguém tão imperfeito quanto você, parabéns, você ama mesmo esta pessoa. E pra mim não há amor que não seja INCONDICIONAL. Quando você condiciona esse amor, ele não é amor!




Vamos refletir, todos estamos aqui para aprender a amar INCONDICIONALMENTE.



.....e................se





Ninguém sabe.

Não, na verdade, fora o médico, uma pessoa sabe. Não consegui aguentar, estava sufocando, e precisei abrir. Precisava de alguém para deixar as recomendações.


Na noite anterior, que fui até a casa da pessoa, acordei, como de costume, de sobressalto. De imediato senti um mal, uma tontura.

Olhei pro relógio do celular, como faço, eram 2:50 AM. Olho aplicativos de conversa, e levanto para a água da madrugada, como apelidei.

No caminho a tontura acelerou, me segurei na parede, do corredor, sinto minha barriga apertando...

é inevitável, vômito....por sorte, o banheiro era no caminho. Há sangue....


- Como eu vou saber que está agravando?

- você vai começar a ter dificuldades de realizar tarefas básicas, pois terá lapsos de memória, não se lembrando de informações cotidianas. Depois tonturas, e possivelmente indisposições que farão vomitar. Quando houver sangue, me avise imediatamente!

- Sim, mas isso vai demorar né?

- Depende. Cada caso é um caso. Mas não esqueça, quando aparecer o sangue, me avise. Precisarei te internar.

- Claro....



O vermelho denuncia que precisarei ligar logo de manhã para ele. Mas não irei. Já havia me planejado diferentemente. Levanto as 5:50 AM. Por sorte posso ficar até mais tarde um pouco. Cada ida ao trabalho dirigindo é um desafio, mas já fiz um acordo com o meu corpo, passar mal só em casa, de preferência longe de qualquer pessoa.


Quando volto pra casa tenho a chance de me preparar, os papeis, documentos, relatos, tudo para as instruções que terei que passar na conversa.


É uma supresa quando chego no local. A pessoa se  surpreende. A conversa começa sem rodeios, pois sei que as perguntas, como? quando? porque? virão, seguidas das afirmações, mas tem que contar!, precisa de ajuda!. Quando explico minha decisão, sei que virão mais perguntas, como assim? depois de pedidos, por favor! Meu Deus!. Todas as frases regadas de lágrimas. O que não contava era que passaria mal, justo na frente dela. Outra vez corro para o banheiro, e vomito. Para disfarçar, meu abatimento molho o rosto e o cabelo, para ajudar a retomar o equilíbrio.

- Por que eu?
- Quem mais?
- Tem tanta gente!
- Não, você me entenderia, ninguém mais, e respeitaria minha escolha!
- ..... (desta vez não há reposta)

Me despeço. Já são quase 23 horas, dirigir até em casa seria outra aventura, além de extremamente conturbada....

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

E Se?!

Acordo em meio a um sonho estranho.

Olho o despertador e ele marca,  AM 3:45. Um silêncio rompe meus pensamentos e lembro o quanto nos momentos mais angustiantes, antes deste, o quanto praguejei, o quanto reclamei. Hoje, estranhamente, eu não faço mais isso.



Volto a tentar dormir. A cama parece não me querer lá. Levanto. Caminho até a cozinha. Água, ela deve resolver. No trajeto até a cozinha me deparo com um estranho. Meu reflexo no espelho me chama atenção. Quem é esse que habitava em mim e eu não conhecia? Sim os cabelos voltaram a crescer. A Barbar está disforme. Minhas olheiras, mais profundas. Pelo menos mais magro sem esforço.



Bebo. Na volta, companhias do passado assaltam-me e me fazem companhia.


Lembro como se fosse hoje. Aquele olhar. Nunca esquecerei. Lembro dela, como se fosse ontem. Seus cabelos. Seu sorriso sem graça quando me aproximava. Suas lágrimas quando eu me afastava.



Amanhã terei que rever isso, ela de novo.

Hoje me permito voltar no tempo. O sol. Seu sorriso. Seu olhar preso ao firmamento. Impossível não lembrar daquele dia. Impossível não lembrar o quanto estupido fui. Impossível não lembrar das suas palavras. "não importa o que sai da sua boca, eu só escuto o que vem do seu coração...""

Foi difícil pra mim ir. Sair. Partir



Adormeço, novamente, mas quantas vezes ainda conseguirei?