quinta-feira, 28 de junho de 2012

Roma em mim



CONTINUANDO...." A ponta da flecha penetrou meu plótus - como chamávamos a parte do peitoral,espécie de armadura, que havia o símbolo de César em detalhes dourados - numa velocidade e precisão que ao tocar minha carne, dilacerando os tecidos à medida que penetrava em meu peito, a sensação foi de uma picada, leve, rápida, mas muito dolorida. Na verdade o momento em que a flecha penetra não é percebido pela dor mas sim pelo impacto que o corpo sente. Um baque que faz seu tronco ser jogado para trás. Como estava segurando as rédeas não fui, imediatamente, ao chão.
Depois vem o pior. Sua mente assimila  o golpe e o corpo todo reclama o objeto estranho invadindo seu espaço. A sensação de incômodo era horrível.

Eu ia cair, eu sabia. Meu cavalo era treinado, como da maioria dos cavalos dos generais, para quando sentisse a lâmina do gladio batendo eu seu dorso corresse em disparada. Fiz um esforço maior que minhas forças aguentariam para me segurar enquanto o cavalo cumpria sua missão. 
É incrível como eles sentem o perigo, a adrenalina dos seus de quem os guia. 
Os cavalos de guerra de Roma eram realmente animais estupendos. Sempre adorei estas espécimes.

Durante, eu acho, algumas horas me mantive inclinado pressionando entre meus dedos a flecha, com uma parte atolada no meu peito, tentando diminuir o fluxo de sangue que teimava em deixar meu corpo.

Lapsos de consciência me tomavam. Eu estava fraquejando. Minhas mãos estavam dormentes com as rédeas sendo apertadas. Meu ombro direito estava sem força. Eu sentia as consequências do ferimento.
Em Roma desde os soldados até os generais éramos treinamentos sobre a fisiologia e morfologia do corpo humano. Estudávamos com cadáveres, que ainda, como chamávamos, estavam frescos para perceber como o corpo reagia a um ataque com todo tipo de armas. Sabíamos onde atacar para provocar a queda do oponente. Assim, também sabíamos o que aconteceria conosco quando éramos feridos.

Eu estava a um passo para desmaiar. Ia cair, era fato. A questão era se estava distante suficiente dos meus inimigos. Não saberia, como não sabia.
A queda, inevitável, aconteceu. Senti o gosto da terra na boca.  A dor aumentou com o pancada. Eu precisava quebrar a flecha. Nunca retirá-la. Isso poderia causar um estrago, à nível interno maior. Entrar é uma coisa, sair, arrancada é outra. O sangue em volta estaria coagulando. Se puxasse  seria desastroso. Juntei todas as minhas forças para quebrar a flecha num ponto que me permitisse maior mobilidade.
Indescritível a sensação. Doí retirar uma simples lasca de madeira que entra na sua pele? Então multiplique em 1000 vezes a sensação.
Juntei minha forças. Gritei! Não tinha como evitar. O resto de consciência em mim foi-se com aquele esforço. Mas eu a quebrei!

Imagens começaram a surgir na minha mente. De minha época de menino. Minha casa. Os escravos, que eram tratados muito bem, do rosto de Lia, minha mãe, as brincadeiras com os gladios de madeira. Sempre sonhei em ser um soldado de Roma.
A visão que tinha da planície da minha casa. As tardes no jardim. Os escravos, o rosto de Lia....os escravos que me acompanhavam.....meu pai....a ida à roma, de meu pai, atendendo ao chamado do imperador. A despedida. O aperto no peito. O adeus. Meu pai, meu símbolo, meu ícone.


Derrepente vozes ao fundo me despertam.....tinha que levantar......não conseguia.....me forçei...as vozes se aproximavam......desmaiei."

sábado, 23 de junho de 2012

Roma em Mim....





Começou...."" Já estava em Roma fazia alguns meses, e  minha vinda havia sido pedida diretamente pelo Imperador. Era apenas para colocar um pouco de ordem. Capturar alguns bandidos que assolavam a capital e começavam a incomodar todos os legítimos romanos. Quando um certo comunicado chegou, àquele selo, aquele pergaminho, acho que nunca esquecerei àquela ordem direta - Ir à jerusalém para colocar ordem à um grupo que estava praticando ataques às legiões de soldados romanos. Captura é opcional. Orienta-se a morte de todos, em especial do chamado Bar Abbas, que geralmente age na cidade de cafarnaum.  Áquela era a senha para que àqueles sobre o meu comando fossem enviados numa missão de limpeza, sem rastros. Mas algo a mais aconteceria"


"Não, não fora aquele trecho que iniciou tudo, pelo que me lembro. Na verdade, minhas lembranças são esparsadas, desconexas. O gosto de sangue na minha boca hoje, me ajuda a lembrar de muita coisa. Tempos quando achava que estava fazendo o certo.
Como flashes as visões vem e vão. Pessoas, batalhas, assassinatos ou como chamava, cumprir meu dever com o CÉSAR.


Era para ser apenas uma incursão àquele lugarzinho. Mas minhas arrogância nos treinamentos que tive, que me fizeram ser quem eu era no exército romano, não me foram capaz de me ajudar a prever o que aconteceria.


Um grito surdo dos batedores que iam à frente - " GENERAL ANDREÁS EMBOSCADA!!!!!"


Vi, um a um sendo abatido defendendo os eixo principal, naquela ruela. Flechas vindas da parte alta, dos telhados. Eu me perdia, tão austero, seguro, fiquei atônito, Sem reação!


Os homens olhavam para meus olhos e esperavam uma ordem que nos tirasse dali.
Uma Ordem apenas....e eu perdido não entendia!
- "GENERAL!!!????"
- Emilio, rápido toque a trombeta!!
- Mas Senhor, não há nenhum exercito romano por perto???
- EU SEI!!!! Mas ELES NÃO SABEM, TOQUE!!!!
A trombeta dos exércitos romanos quando eram entoadas era de causar uma calafrio em quem quer que estivesse do outro lado, pois significava que outra legião estava sendo conclamada e estava perto.


O som ecoou. Durante aqueles minutos senti minha confiança voltando. A flamula romana e a trombeta sendo tocada significavam o maior dos exércitos na terra indo para vitória.
Os homens sentiram o efeito motivador, todos nós sentimos.
Por quase dois minutos tudo voltara ao normal, apenas dois minutos.


Uma flecha acertou o trombeteiro em cheio no meio da testa. O golpe atingiu a todos e principalmente à mim!


- Retornem, salvem-se, entrem nas casas!!!!! Gritava meu capitão


E eu apenas seguia a todos com os olhos.
- GENERAL!!!
Meus homens gritavam para tentar me tirar da letargia que me abatia. As cenas corriam lentamente para mim.


De repente, um ímpeto me percorreu. Puxei as rédeas do meu cavalo. Desembainhei  a espada.
E fui em direção a saída norte, passando com o cavalo por cima de quem aparecesse.


No trajeto, por aqueles momentos senti novamente meu sangue correr, meu sorriso voltara, meus homens tinham caminho aberto e eu.....continuei.....com o gládio em mãos, como um verdadeiro soldado de roma!


Fora da cidade, voltei meu olhar para o trajeto e aliviado via os homens saindo. Meu sorriso e meu alívio duraram alguns minutos, até a lâmina daquela flecha atingir meu peito direito.


Não conseguia acreditar. Eu estava ferido e cambaleando. 
Ia cair do cavalo, seria o fim.
- "não importa o que aconteça, não caia do cavalo. Prenda-se a ele e ele te levará longe do perigo!"
Apenas estas palavras vinham à minha mente. Inclinei-me para frente e com o gládio bati no dorso do animal que partiu. Durante algumas horas eu me mantive semi acordado....


Suportei até quando estava a perder completamente minhas forças. Não adiantava mais.
Cai no chão. Já era noite. Já era meu fim......

La Solitudine




Marco se n'è andato e non ritorna più
E il treno delle 7:30 senza lui
È un cuore di metallo senza l'anima
Nel freddo del mattino grigio di città
A scuola il banco è vuoto, marco è dentro me
È dolce il suo respiro fra i pensiere miei
Distanze enormi sembrano dividerci
Ma il cuore batte forte dentro me
Chissà se tu mi penserai
Se con i tuoi non parli mai
Se ti nascondi come me
Sfuggi gli sguardi e te ne stai
Rinchiuso in camera e non vuoi mangiare
Stringi forte a te il cuscino
Piangi e non lo sai quanto altro male ti farà la solitudine
Marco nel mio diario ho una fotografia
Hai gli occhi di bambino un poco timido
La stringo forte al cuore e sento che ci sei
Fra i compiti d'inglese e matematica
Tuo padre e i suoi consigli che monotonia
Lui con il suo lavoro ti ha portato via
Di certo il tuo parere non l'ha chiesto mai
Ha detto "un giorno tu mi capirai"
Chissà se tu mi penserai
Se con gli amici parlerai
Per non soffrire più per me
Ma non è facile lo sai
A scuola non ne posso più
E i pomeriggi senza te
Studiare è inutile tutte le idee si affollano su te
Non è possibile dividere la vita di noi due
Ti prego aspettami amore mio...
Ma illuderti non so!
La solitudine fra noi
Questo silenzio dentro me
È l'inquietudine di vivere la vita senza te
Ti prego aspettami perché
Non posso stare senza te
Non è possibile dividere la storia di noi due
La solitudine fra noi
Questo silenzio dentro me
È l'inquietudine di vivere la vita senza te
Ti prego aspettami perché
Non posso stare senza te
Non è possibile dividere la storia di noi due la solitudine

terça-feira, 19 de junho de 2012

Not Alone




I'm here...

Stay....

With you...

Always in my heart

Alone.....

Other night

Cry....

prays

need your hands

every day.....

You are not

Here with

stay

alway in my heart


running.....

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A vida não espera!


A chuva não vai dar trégua se eu ficar aqui no mesmo lugar. Ninguém fará por mim o que precisa ser feito.
É meu! Minhas provas, meus percausos, meus medos, minhas ansiedades, meus fracassos, minhas lágrimas.......
Sim, hoje é impossível não se sentir um grande imprestável, incompetente, sem valor, fracassado... inútil. Até normal não querer olhar pra ninguém, nem falar com mais ninguém, com raiva de tudo, da vida, da sorte, de mim, de você!
Piora muito quando outros perto de você vêm com suas conquistas, sorrisos, alegrias. É triste reconhecer isso, mas piora muito mesmo!
Mas o caminho de volta é preciso ser feito.
Se parar para olhar de forma mais atenta perceberei as belezas que fui presenteado.
Sim, sei bem que meu objetivo, mais uma vez, ficou pelo caminho. A algumas bolinhas de serem marcadas certas e assim mudar o rumo imediatamente para o que eu queria.
Mas Deus não quer que eu aprenda a quebrar as minhas correntes quando possuir uma ferramenta nas mãos. ELE quer que eu aprenda a perceber que na verdade não existem tais correntes.
Enquanto fico a me prender, a me pressionar por fatores externos quer provocam mais peso nos meus objetivos, mais longe ficarei de me desvencilhar destas amarras.
Sim, mais uma vez não deu. Fui aquém do que eu achava que seria capaz. Estava certo que chegara minha vez, então. Estava tudo encaixado. Tempo para estudo, pouca concorrência, ambiente tentando ficar mais equilibrado....mas faltava algo!
Eu.
Antes realmente tudo estava me direcionando para o "lugar ao sol", onde os que alcançam são destaque, e os demais são nada.
Mas neste caminho, nesta trajetória havia algo que poderia fazer diferença.
Eu.
Um divisor de águas. Mas me foi revelado.
Eu.
Me fiz presente e fui o instrumento necessário para a conclusão deste capítulo da minha história.
No primeiro dia já ensaiei o que viria, mas não me mostrei totalmente, para ainda deixar no ar uma esperança, uma mera e tola esperança.
Aí, antes do segundo dia me fiz sentir, perceber, como para dizer: "Ei, não, não, vai não....."
O sono que seria importante não foi meu companheiro. De nada adiantou o que tentei fazer. Eu não dormiria.
No dia seguinte, logo pela manhã, me mostrei inteiro e verdadeiramente. Suor frio, tremedeira e pensamentos desconexos. "Viu? Você não vai onde eu não quero!"
Ao sair da parte da manhã uma sensação de enterro. Dor na nuca e uma vergonha monstruosa.
Ninguém pode imaginar o que foi isso. Queria me enterrar, voltar, estudar mais, aproveitar outros horários que não estudei, ver o que não vi....não podia estar acontecendo. De novo não!
No fundo. No meu coração eu sabia que não adiantaria mais.
Porém contrariando meu desânimo voltei por honra e por dever isso aos dias em que estive morto para a minha vida, voltei para fazer a prova que ainda faltava.
Estava normal. Mais leve. Como sempre sou. Era só eu de novo.
Fiz, achei que ia melhor, mas ao menos não fui como antes.
Acabou. O que fazer? Posso repetir?
Agora não mais. Só depois, quem sabe. Mas aí vai depender se vou controlar meu EGO ou deixarei ele me assumir, como aconteceu.
Não morri. Não acabou meu mundo. Estou com saúde, destroçado mas ainda aqui. 
Aquele caminho realmente terminou.
Deus me indica que ainda não estou preparado para o que o queria estar. O que eu achava estar.
É hora de levantar a cabeça, retirar, das minhas costas, as apostas feitas, as certezas vazias, as frases planejadas, o sonho não concretizado e enterra-los neste caminho que ficara para trás.
Para frente, apenas eu, novo, pois não há como sair ileso de nada que vivemos intensamente nesta vida.
Sim, eu sei!
Tudo me levará à Luz!

domingo, 17 de junho de 2012

Combalido....


Desculpe hoje não vou escrever coisas positivas nem mesmo de alguma esperança.
Talvez amanhã, dependendo do milagre eu reveja minha negatividade...minha inconformidade....
talvez....
Sim sei e não discordo de nada do que me disseram, mas não posso evitar...
"o que tiver que acontecer vai acontecer...."
"você fez o seu melhor...."
"acredite, você vai passar...."
" a sorte foi lançada"
Desculpe, nada disso esta me ajudando...nada...
Falta de Fé? não, não acredito, mas precisamente porque tudo que é para eu conseguir eu apenas acredito que posso e devo fazer tudo para alcançá-lo. Quando não acontece ou quando percebo meus erros me martirizo mesmo, muito.
É inerente. Não controlo. É uma alto punição. Fico revendo cada passo. Cada leitura. Cada escolha feita. E lamento cada erro cometido, refletindo o que poderia ter feito diferente. Sim, sei, isso não mudará nada.
Eu sei.
Mas quem disse que faço isso para modificar algo?
Engraçado cada vez que penso mais fico desanimado e desacreditado. Você não tem noção do que sinto. E o pior é que se conseguisse estaria me acabando em lágrimas mas nem essas infelizes me dão a oportunidade de estravazar.
Talvez seja mais uma forma de me auto flagelar, mais ainda!!!!
A verdade é que a cada minuto que passa mais peço a Deus que me permita ao menos 12!
12, só 12 por favor PAI!!!
Das 30 questões preciso de apenas 12 certas, das quais não tenho certeza alguma que conseguirei. 12 em 30 me sinto péssimo, pois deveria ser algo já alcançado, mas não tenho esta certeza, ao contrário já me sinto derrotado, abatido,
COMBALIDO.
Desculpe sei de tudo, mas do que ninguém da oportunidade, da necessidade e mais do que tudo que TUDO, TUDO mesmo LEVA À LUZ, mas sou de carne e osso e minha natureza gostaria que fosse dessa vez!
12, apenas 12 é o que mais desejo na minha vida neste momento.




sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quero Ser Feliz





Parece sem sentido ou redundante a frase acima? mas "quero ser feliz"  não é algo que realmente procuramos na vida. Procuramos fatores externos para nos levar à felicidade.
Ser feliz abarca uma série de fatores intrínsecos ao momento evolutivo de cada um. Mas, de forma geral temos a sensação que vivermos mais momentos infelizes. Isso decorre, em suma, porque projetamos em coisas, situações e em outros nossa felicidade, e aí, podemos não alcançar a "coisa", não vivermos a situação e a pessoa não corresponder aos nossos anseios, aí somos infelizes!

Antes de tudo, eu também quero ser feliz, ok? Que fique claro, pois como eu escrevo, vocês podem pensar que já alcancei esta felicidade.
Entendo apenas que a felicidade para cada um é diferente. Para mim é por exemplo, ver meu time campeão?! ( ai que coisa pequena, alguns podem pensar, sem sentido e profundidade), para outros é comprar uma carro dos sonhos, um sapato. Outros, ainda, estão felizes podendo comer todos os dias. Percebe como para cada um esta questão de felicidade é única e diferente?

Eu acredito ainda que a medida que vamos amadurecendo, vida após vida, evoluindo, a felicidade é encontrada em coisas mais simples, até onde conseguimos ser felizes simplesmente por estarmos respirando, aproveitando a chance de viver muitas experiências. Utopia? para mim, você e muitos pode ser, que não atingimos este estágio ainda. Mas acredite há espíritos, pessoas, que já se encontram em tal ponto.

Quando Cristo veio ao mundo servir de exemplo, se perceber bem, de verdade, ele trouxe algo simples como fórmula de felicidade. O Amor. Sim, de novo este, que nunca esta desassociado de idéias como evolução, desapego, harmonia, caridade, compreensão, entrega, felicidade!

Mas hoje deixarei de falar neste contexto maior e completo, para focar neste outro e participante do todo, que é a felicidade.
Dependendo do meu estágio, fico feliz em ter e não em ser. Dependendo do meu estágio evolucionário, fico feliz em oprimir, machucar, depreciar.... Em outros em compartilhar, compreender, escutar, dividir, apoiar, ajudar.....Uns se sentem felizes por terem carros, casas, roupas, sapatos, televisões.....outros em poder comer algo no dia.

Uns se sentem felizes por amar e SER correspondido, em ter resposta do outro, atenção, carinho, amparo, compreensão....Outros se sentem felizes porque AMAM o outro, independente do que o outro faz ou deixa de fazer. Apenas o fato de sentirem ou reconhecerem o sentimento em si já significa a felicidade, sem cobrança de posturas, ações e reações por parte do outro. Que basta encontrar, ver, lembrar, pensar, que estão felizes!

Então....cresça, independente do que aconteça......vamos em busca de viver a tal felicidade.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O que realmente importa para mim

Muitos, as vezes, são os motivos para o desalento, desestímulo, para desistir, para acabar.
As vezes, quando deixamos, as forças parecem fugir, tudo parece indicar que a direção é errada.
Pensamentos nos assaltam e dominam a mente e começamos a crer realmente que não há mais o que fazer!

Mas daí é segunda-feira. E o que parecia ser o fim, mostra-se diferente.
Ainda atordoado tento me organizar, intimamente, mentalmente, emocionalmente. Aí me lembro de coisas que passam despercebidas quando estamos no piloto automático do dia-a-dia. 
Os olhos que me acompanham. Ah, este olhos que tanto me dizem e me alimentam. Em uns momentos procuram os meus para tentar perceber se vou conseguir seguir em frente depois da sentença dada.
Que procuram os meus para tentar ter apoio em continuar, para seguir.
Olhos que quando cruzo o salão, ao entrar, se mostram aliviados porque suas angústias serão escutadas e explicadas por aqueles que se fazem presentes, pelas minhas palavras, minhas expressões, pelos meus olhos, mas pelos pensamentos deles.

Olhos que me acompanham quando estou com o evangelho em mãos pedindo que minhas palavras ajudem de alguma forma a levar mais certeza a eles tão necessitados de um pouco de atenção. 
Que concordam comigo quando as palavras os tocam o coração. 
Que vão ao chão quando sentem que suas ações são as que provocam as lágrimas.

Estes olhos que ao se levantarem daquele banquinho estão recheados de esperança e de motivação de um novo começo.
Que sempre ao passarem pela porta voltam-se para a minha figura, transmutada e curvada num aspecto que estes olhos não percebem mas sentem que é um outro que os acompanha pelos meus olhos; mas sou eu quem aprende e percebe que independente das minhas lágrimas pessoais preciso continuar, seguir, preciso amar do que ser amado, compreender do que ser compreendido, consolar que ser consolado!

Isso é o que realmente importa para mim. Eu vou continuar, pois hoje é apenas mais uma segunda-feira, graças a Deus.